Nossas lutas seguem mais atuais do que nunca!

A conjuntura que marca o aniversário de 72 anos da Petrobras, comemorado no último dia 03 de outubro, não é uma conjuntura favorável aos trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas que construíram essa empresa fundamental ao país.

A despeito da inegável vitória eleitoral contra as forças entreguistas de extrema-direita que anunciavam abertamente seus planos privatistas desse patrimônio nacional chamado Petrobras, erguido durante décadas sobre o suor de gerações de trabalhadores, o atual governo não vem cumprindo os compromissos fundamentais com a categoria petroleira.

A gestão Magda Chambriard, indicada pelo presidente Lula, vem sabotando ou ignorando, de forma permanente, os espaços de negociação das demandas da categoria, como o fim dos PEDs, a questão do teletrabalho, a segurança no trabalho para a categoria, o fim da defasagem dos benefícios de aposentadoria, a isonomia para todos os trabalhadores do Sistema Petrobras e etc. Essas táticas da diretoria da Petrobras estão sendo reforçadas em meio a campanha salarial, que está em curso desde o mês de setembro. As refinarias privatizadas sob o governo Bolsonaro, como a Refinaria de Manaus (AM), a Refinaria Clara Camarão (RN) e a Refinaria Landulpho Alves (BA), seguem intocadas, contrariando a promessa de campanha, feita em 2022, pela reestatização das refinarias privatizadas.

Os trabalhadores demitidos, torturados e perseguidos pela ditadura empresarial-militar de 1964 seguem com seus processos de anistia sendo ignorados. Essa não é uma questão que atinge apenas os nossos associados anistiandos. A Comissão de Anistia vem sendo esvaziada politicamente e estrangulada em seu orçamento. Nesse ano chegamos ao absurdo de as ações políticas, realizadas anualmente durante as comemorações da Lei da Anistia de 1979, que constroem memória e buscam resgatar a verdade sobre a nossa luta terem sido retiradas da Câmara e transferidas para um sindicato em Brasília.

Parte do nosso próprio movimento acumula receios sobre a pertinência de pautar, neste momento, a luta por anistia dos grevistas e atingidos pela ditadura sanguinária que assolou nosso povo por 21 anos. A transferência de local visava evitar chamar atenção para a nossa pauta em momento turbulento do país. Contudo, o fato dos golpistas de 2023 pedirem anistia para seus crimes não pode ser confundido com a anistia que repara as décadas de injustiças do Estado brasileiro contra os trabalhadores que lutam desde 1979 para fazer valer seus direitos.

Abaixar nossas bandeiras ou esconder nossas lutas nunca será solução boa para as nossas pautas! Devemos fortalecer nosso movimento explicitando a imensa diferença que existe entre a pauta de reparação aos trabalhadores, povos originários e movimentos populares atingidos pela brutalidade da ditadura do capital, comandada pelos generais de 1964, e a farsa apresentada pelos golpistas de 2023. Devemos, inclusive, em meio a esse processo, lutar também pela responsabilização dos golpistas de 1964 para que possamos romper, de uma vez por todas, com a impunidade que marca a história de quem serve à burguesia em nosso país.

A batalha pela nossa história deve seguir. As lutas por memória, verdade, justiça e reparação não podem ser escanteadas por conveniências de momento. O esquecimento é a arma dos golpistas e dos entreguistas. Conosco, devemos sempre carregar a luta pela verdade e pelos direitos dos trabalhadores!